segunda-feira, 30 de maio de 2011

Memórias da Assessoria de Imprensa na Bahia

Praticamente inexistem estudos sobre o mercado de Assessoria de Imprensa na Bahia. Os dados disponíveis se referem quase sempre a São Paulo e ao Rio de Janeiro. Ainda assim, pesquisa realizada pelo jornalista baiano Vanderlei Carvalho e publicado no site Jornalistas & Cia” (www.jornalistasecia.com.br) indica que, em Salvador, o maior mercado para os jornalistas é o de AI, com cerca de 30 empresas privadas.

De acordo com a assessora de imprensa Cristina Barude, em 1985 surgiu a primeira empresa de AI da Bahia, a Mais Assessoria de Comunicação, fundada pela jornalista Nilza Barude. A inauguração da agência é considerada um marco por ter sido a primeira grande empresa de Assessoria de Imprensa da Bahia, apesar de, à época, já haver alguns profissionais atuando na área como autônomos ou com pequenos escritórios montados em casa. O primeiro cliente da Mais Comunicação foi, não por acaso, uma empresa de fora: a cervejaria Antarctica. “Foi a partir do trabalho com a Antarctica que outras empresas se interessaram pela atividade. Quanto mais nossos releases eram publicados, mais empresas nos procuravam querendo conhecer o trabalho”, conta Nilza Barude.


A resistência dos veículos de comunicação, comum em outros estados, foi minimizado na Bahia por Nilza já ser um rosto conhecido na área, graças aos seus trabalhos nas TVs Educativa e Itapoan como apresentadora. Uma das grandes dificuldades da pioneira foi a contratação de profissionais qualificados. Segundo Nilza, as pessoas precisavam ser ensinadas sobre o que era uma assessoria de imprensa e pressionadas a deixar de lado a desconfiança com a profissão.

Não há dados estatísticos, mas a empresária acredita que o fim dos anos 80 e o início dos anos 1990 foram uma época de ouro para a Assessoria de Imprensa na Bahia, com grande crescimento do mercado, graças aos novos investimentos que chegavam ao estado. “O fim deste período tão produtivo (final dos anos 1990)  aconteceu quando começamos a viver um problema que temos até hoje: a criação de assessorias de imprensa por parte de jornalistas de redação. De repente a Assessoria de Imprensa virou a ‘galinha dos ovos de ouro’ e os jornalistas começaram a captar clientes e a utilizar suas próprias matérias pra divulgar estas empresas”, afirma. Nilza considera que o descrédito gerado pela prática fez muitas empresas se afastarem das assessorias baianas, preferindo concentrar os investimentos de comunicação nas agências de publicidade ou em agências de São Paulo.

Dados da Delegacia Regional do Trabalho da Bahia indicam que, em 2006, havia 2.200 jornalistas registrados no estado. Porém inexistem estudos que apontem como estes profissionais estavam divididos no mercado de trabalho. Considerando-se que a proposição de Duarte supracitada é válida, pode-se reconhecer que no período cerca de 1.300 profissionais trabalhavam nas assessorias de imprensa.

Texto: Simônica Capistrano e Jan Penalva

Nenhum comentário:

Postar um comentário