segunda-feira, 16 de maio de 2011

Como a comunicação empresarial surgiu?

De acordo com Amaral em “A história da comunicação empresarial no Brasil”, a comunicação empresarial surgiu nos Estados Unidos, em 1906, quando o jornalista Ivy Lee deixou as redações para montar o primeiro escritório de relações públicas do mundo. Trata-se da administração das informações jornalísticas e seu fluxo, porém privilegiando o ponto de vista das organizações e não dos veículos de comunicação.

Este novo serviço surgiu quando começaram a circular os primeiros jornais com críticas à situação social dos Estados Unidos, em uma época em que os empresários norte-americanos seguiam duas linhas de atuação: aumentar o lucro e conter as resistências operárias. Nesse contexto, que Ivy Lee se desvinculou do jornal onde trabalhava, o New York Times, e passou a oferecer um serviço de Assessoria de Imprensa e relações públicas.


Lee teve a incumbência de construir um projeto profissional de relações com a imprensa, aprimorando dessa forma, seus conceitos sobre imagem institucional e divulgação, de forma que ele conseguiu transformar os odiados barões do capitalismo selvagem em homens venerados pela opinião pública americana (CHAPARRO apud DUARTE, 2008, p. 34).

No Brasil, o primeiro a fazer uso das ideias de Ivy Lee foi o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, que lançou, em 1909, o serviço informativo “Seção de Publicações e Bibliotecas”. Alguns anos depois, a canadense Light (companhia que atuava na geração e distribuição de energia elétrica na cidade de São Paulo) criou uma área interna de relações públicas e o primeiro jornal institucional brasileiro.

A revolução de 30 e a chegada de Getúlio Vargas ao poder reforçaram ainda mais a prática da comunicação empresarial no Brasil. O objetivo era erguer a imagem pública do governante. Nesta época foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que tinha a função de divulgar as virtudes do governo e censurar informações que pudessem ser contrárias a ele. A partir deste momento, começa-se a criar uma animosidade entre assessorias de imprensa e as redações dos jornais, já que, muitas vezes, os jornalistas eram coagidos a publicar matérias governamentais ou tinham seu acesso à informação restringido pelos colegas que atuavam nas assessorias.

Devido ao número de atribuições que são conferidas às assessorias, as empresas privadas começaram a utilizar essa modalidade de serviços também na década de 60, quando a Volkswagen convidou jornalistas para montar e coordenar seu departamento de imprensa. O País vivia um momento de crescente implantação de multinacionais, sobretudo a partir da inauguração de Brasília. Elas contribuíram para sofisticar e ampliar os modelos de expressão e desencadear ainda mais o aperfeiçoamento da comunicação organizacional em território nacional.

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